Eu uso Emacs+ESS desde que comecei com o R em 2008. Eu não o considero um editor fácil mas sim um capaz de torná-lo altamente produtivo se dominá-lo. Lógico que isso requer tempo. Existem muitas teclas de atalho, você pode escrever funções para fazer determinadas tarefas, como por exemplo, eu fiz uma para trocar todo # por ## numa região selecionada de texto (é um simples procurar e substituir ligado à uma tecla de atalho). O Emacs tem realçador de código (cores) e auto indentação o deixa seu código mais legível no momento da própria edição e para distribuição futura. Mantenho no github um repositório com arquivos de inicialização do Emacs. Muito é "roubado" dos outros mas algumas eu criei. Usuários de Emacs, sintam-se a vontade para aproveitar o que lhes for útil (https://github.com/walmes/emacs).

Quanto ao ensino, como dou aula de R para turmas de estatística onde se assume certa familiaridade com computação, eu sou menos paternalista. Menciono os editores mas ensino o Emacs de cara. Isso porque os alunos usam o sistema do c3sl, computadores linux em rede. A um ano atrás Emacs e gedit eram os únicos editores disponíveis. Hoje tem o RStudio. Esses alunos vão usar o R durante todo o curso, e vão trabalhar possivelmente com outras linguagens de programação. O Emacs é um editor universal, então é por isso que mantenho essa posição. Para alunos de cursos de serviço, cursos curtos de R para pós graduação etc, eu não insisto no Emacs. Fica livre.

O RStudio traz conforto ao usuário iniciante mas possuí alguns efeitos colaterais que observo todos os semestres. Por exemplo, com menu para fazer instalação e carregamento de pacotes bem como para trocar diretório de trabalho e ler dados, o usuário faz a primeira vez de forma gráfica e isso não fica registrado em texto para o futuro. Ele salva o script e ao abrir uma semana depois e executar observa erros pois pacotes necessários não foram carregados, arquivos de dados não foram encontrados. São os "prejuízos" de um editor misto (entrada de texto com alternativas nos menus). O RStudio é desagradável com relação aos gráficos naquela pequena janela. Em um netbook (é o que uso em sala de aula) fica praticamente impossível de usar. Na minha sala, tenho um computador com dois monitores (gambiarra) e com o Emacs eu deixo script em um monitor, console em outro e a janela de gráficos flutuando por cima delas sem tampar os resultados que preciso. Isso representa ganho de produtividade pois não preciso por a mão no mouse para arrastar janelas, minimizar, fechar, enfim. Com o RStudio sou obrigado a conviver com o layout 2x2 e ficar arrastando, fechando, maximizando janelas, para ver o que preciso. É contra produtivo.

Eu avalio meus alunos de Estatística Computacional por meio de trabalhos para fazer em casa. A experiência me fez ver que trabalhos assim o cara aprende muito mais com tempo de sobra para poder errar e errar ao tentar solucionar o problema. Bem, 95% usam Windows. Tem o que adotam o Emacs para não precisar migrar. Outros vão de RStudio. Tem os que usam o Tinn-R (faço a propaganda) e uns o Rcmdr. Muitos reclamam do RStudio dar pau, como travar, fechar do nada. Tem aluno que faz bagunça, não tem bom senso. Abre todas os scripts das aulas e fatalmente em vários deles tem um objeto chamado x (ultra genérico) ou da (de dados artificiais, vejam meus CMRs). Como eles saltam de uma aula para outra, o console é o mesmo, esse x hora é vetor, hora é matriz, aí tem função que não se aplica para uma classe, é um horror. Mas não é culpa do editor, é do usuário.

Eu não tenho competência para falar do Tinn-R pois de fato, por usar Linux, não tenho como usá-lo. Sei pelos outros que é um editor fantástico, que até dá campainha de alerta para erros (meus alunos precisam disso). Tem aluno que seleciona o código todo, roda, dá erro e ele grita do fundo da sala "professor deu pau aqui". Nessas horas um tom de alerta seria tão útil, no mínimo ela ia passar vergonha com a máquina dele disparando alarme e seria mais cuidadoso na próxima. Tinn-R para Linux é muito bem vindo.

À disposição.
Walmes.

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Walmes Marques Zeviani
LEG (Laboratório de Estatística e Geoinformação, 25.450418 S, 49.231759 W)
Departamento de Estatística - Universidade Federal do Paraná
fone: (+55) 41 3361 3573
skype: walmeszeviani
homepage: http://www.leg.ufpr.br/~walmes
linux user number: 531218
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